História da Terapia Assistida por Animais

Conhecer o nosso passado impulsiona-nos a construir o nosso futuro. Se você quer trabalhar entre os animais e ajudar a melhorar o bem-estar das pessoas terá de frequentar um curso que o leve onde deseja. Mas primeiro, venha descobrir alguns factos sobre a história da Terapia Assistida por Animais, este será o primeiro passo do seu caminho.

A história da Terapia Assistida por Animais ajuda-nos a entender como tem sido a nossa relação de colaboração com animais ao longo dos séculos.

Como é a terapia com animais?

A terapia com animais consiste na realização de intervenções nas quais um animal especialmente escolhido e treinado previamente colabora como parte de um tratamento para conseguir uma melhoria das funções emocionais, cognitivas, sociais ou físicas de uma pessoa.

Essas intervenções devem ser coordenadas por uma equipa multidisciplinar composta pelos especialistas envolvidos no tratamento do paciente em questão. Entre eles deve estar sempre um Técnico em Terapia Assistida por Animais.

Este profissional cria as atividades e supervisiona o desempenho do animal para que os objetivos sejam alcançados de forma segura. Como parte do protocolo de segurança, deve garantir que o animal visita regularmente o seu veterinário, por forma a assegurar a sua saúde, e assim evitar doenças zoonóticas.

História da Terapia Assistida por Animais

O ser humano sempre teve um vínculo forte com os animais, a história do cão é um exemplo claro desse vínculo afetivo e colaborativo. Uma cooperação de longa data que já trouxe inclusive muitos benefícios para ambos.

A história da Terapia Assistida por Animais é dos muitos exemplos que ilustram perfeitamente as vantagens de ser acompanhado por animais.

A colaboração entre o cão e o ser humano

O cão foi o primeiro animal a ser domesticado, embora não haja consenso sobre quando esse processo se iniciou. Considera-se a possibilidade de que isso tenha acontecido há cerca de 12.000 ou 15.000 anos, no Oriente Médio ou na Ásia. No entanto, descobertas recentes mostram que essa domesticação ocorreu há cerca de 30.000 a 40.000 anos.

De qualquer forma, as pessoas e os cães não pararam de se ajudar durante todo este tempo. Atualmente, estes animais ajudam muitas pessoas com necessidades: crianças com autismo, invisuais, pessoas em cadeiras de rodas, pacientes em reabilitação física, etc.

Os primeiros dados sobre a Terapia Assistida por Animais

Os primeiros dados sobre a utilização de animais para fins terapêuticos remontam à Grécia antiga. No ano 1.200 AC, os cães já eram usados ​​nos templos de cura desta cultura. Mais tarde, no ano 23 DC, Plínio, o Velho, elogiou os benefícios da companhia de cães para a saúde.

Já no século IX, a chamada “Therapia Naturelle” começou a ser usada na Bélgica. Essa terapia consistia no facto dos pacientes aprenderem a cuidar de animais de estimação. Com isso, era possível criar um vínculo forte capaz de reduzir os níveis de stress e aumentar a autoestima e a motivação.

Intervenções Assistidas por Animais entre os séculos XVI e XIX

Consta que no século XVI, um médico da realeza britânica, Dr. Calcius, recomendava como tratamento para os seus doentes a companhia de cães.

Mais tarde, na Europa do século XVII, o cavalo passaria a fazer parte dos tratamentos terapêuticos de pessoas com deficiência. Em 1792 apareceu o primeiro relatório sobre a eficácia de terapias com animais domésticos.

Este relatório foi feito numa casa de repouso em York, Inglaterra. Aos poucos, o uso de animais de companhia espalhou-se pelos diversos centros de atendimento psicológico da Europa. Em 1867, a zooterapia era usada no tratamento de pessoas com autismo e epilepsia, no Centro Psiquiátrico Bethel, na Alemanha.

Terapia com animais no século XX

No século XX, as terapias com animais passaram por uma expansão ainda maior:

– Em 1944, no Pawling Army Air Force Convalescent Hospital (Nova York), os veteranos de guerra recebiam este tipo de terapia para o transtorno de stress pós-traumático.

– Em 1947, o Dr. Samuel B. Ross fundou uma quinta de reeducação infantil, perto de Nova York, que oferecia este tipo de terapia como terapêutica para distúrbios comportamentais em crianças e adolescentes.

– Também nesta altura, em Inglaterra, uma enfermeira, Florence Nightingale, incorporou a companhia de animais no tratamento de soldados feridos.

– Em 1953, o psicólogo Boris Levinson cunhou a expressão “Pet-Therapy”.

– Em 1966, na Noruega, o músico invisual, Erling Stordahl fundou o Centro Beitostolen, um espaço para cuidar de pessoas com deficiência através da zooterapia.

– Em 1974, o Oakwood Forensic Center, no Ohio conduziu o primeiro programa de assistência animal para reclusos.

– Em 1975, no Reino Unido, Elisabeth Svendsen iniciou uma organização para crianças com necessidades especiais dedicada à terapia com burros.

– Em 1977, no estado de Oregon (Estados Unidos da América), Leo Bustad fundou a Delta Foundation, atualmente conhecida como “Pet Partners”.

– Em 1982, a Prisão de Purdy, nos EUA, deu início ao primeiro programa de treino de cães numa prisão.

– Em 1983, na Escócia, foi criada a “Pets as Therapy”, uma organização que promove visitas de animais a hospitais e centros de educação especial.

Zooterapia hoje em dia

Atualmente, a Terapia Assistida por Animais continua a crescer rapidamente. Mais e mais estudos demonstram os múltiplos benefícios deste tipo de intervenções para a saúde. No entanto, ainda há um longo caminho por percorrer. É por isso que o perfil de Técnico em Terapia Assistida por Animais é um perfil essencial para a nossa sociedade.

Com a formação adequada, você poderá ajudar muitas pessoas a melhorar o seu bem-estar e saúde.

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